Igualdade; valor; Compromisso e Coragem - Minha pratica em sala de aula
31/03/2014
Neste dia participei do ATPC e após a
discussão sobre RESOLUÇÃO SE Nº 20, DE 5 DE FEVEREIRO DE 1998. http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/diretrizes_p1101-1102_c.pdf
Ementa: Dispõe sobre a
operacionalização da reclassificação de alunos das escolas da rede estadual. Após
a leitura e discussão sobre o assunto sem que houvesse um entendimento sobre os
procedimentos, passamos para a leitura de um texto onde o tema central foi com base
nas palavras: valor, igualdade, compromisso e coragem. Após ouvir a leitura dos
recortes, comentei sobre os preceitos de igualdade, em ser a Unidade Escolar um
ente que em seu principio tem a obrigação de disseminar a igualdade, deve ser
seu compromisso e sua função social, agregar valores e ter a coragem de inovar
para que se criem as condições necessárias para o desenvolvimento da sociedade.
Em uma de minhas aulas neste dia em
que trabalhei com as palavras: igualdade; valor; compromisso e coragem. Utilizei
o dicionário para que todos buscassem o significado destas palavras, e por
sorte neste dia, tive aulas duplas o que favoreceu, para a conclusão da
atividade empregando a competência leitora e escritora em ciências.
Terminada a busca, orientei os alunos
para que eles escrevessem algo sobre sua vida, utilizando as palavras sugeridas
e agora com significado.
Assim foi feito com no mínimo dez
linhas.
Uma destas pessoas escreveu sobre sua
vida e trouxe para que eu avaliasse seu texto, ao começar a leitura, percebi
que a pessoa não sabia escrever com correção da norma culta faltando algumas
letras mais foi possível com sua ajuda, entender o que ela havia relatado e
fiquei neste momento com os olhos marejados de lágrimas. Sua história de vida
em dez linhas havia mais tristeza, do que a minha em 46 anos, ela encontrou a
coragem de falar sobre o valor do acolhimento, que a fez acreditar em mudanças e
que comprometer-se com sua vida, é a parte mais importante para que haja
mudanças significativas em sua vida.
Fui buscar ajuda com uma professora
da sala de recursos, que sempre esta disposta a ajudar aqueles alunos com
dificuldades. Apresentei para a professora a pessoa em questão e juntos,
decidimos que a pessoas em questão, seria avaliada para que pudéssemos junto,
acelerar sua competência leitora e escritora, pois é notória sua capacidade de
entendimento das coisas da vida.
Sou professor e sinto-me impotente
neste momento, como querer que a educação avançasse se crianças são violadas do
direito de ser criança. É abusiva a carga que se coloca sobre o professor,
fiquei triste pelo restante do dia, sem entender o que estava acontecendo.
Tantos porquês?
A ausência de estrutura do estado em
tratar esta questão, a omissão dos poderes, a vergonha desta criança que tem
sua infância roubada e banida de sua história, nossa sociedade violada em seu
compromisso social, eu que não sei o que fazer em tratar essa situação?
A quem recorrer sem ser hipócrita e
fazer de conta que tudo esta resolvido.
A escola esta agonizando e pedindo
socorro contra tanto descaso, perdendo sua função social de ensinar e aprender,
se voltando para o abrigar e acolher, para quem sabe, poder viver, o professor
não se formou para esta função, ele esta assoberbado de tarefas, que no
processo ficará perdido por estar sozinho nesta batalha que é educação.
Hoje aprendi o quanto tenho que
aprender com meus alunos e com o mundo que eles vivem em silencio.
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